Estudos indicam que cerca de 3/4 de todo o lixo marinho tem origem em fontes terrestres. A restante parcela é provocada por outros agentes, entre eles a atividade piscatória global, que é responsável por aproximadamente 10% do lixo encontrado no mar e zonas costeiras. Por outro lado, a pesca é talvez a atividade económica ligada ao mar que mais sofre com a proliferação de lixo marinho: os efeitos adversos vão desde a captura de pescado de fraca qualidade alimentar devido à contaminação por resíduos plásticos, à redução dos mananciais e cardumes graças à presença de detritos e artes de pesca abandonadas, passando pela perda de oportunidades de pesca devido ao tempo empregue na limpeza e reparação de equipamentos e embarcações danificadas pelo lixo marinho. Felizmente, a consciencialização dos pescadores e armadores de pesca tem vindo a crescer, com muitas comunidades a procurarem inverter o seu contributo negativo e assim reduzir o impacto do lixo marinho na sua forma de subsistência. Numa palestra realizada no âmbito dos seus Clubes de Ciência e Tecnologia, o Expolab – Centro Ciência Viva, nosso parceiro nos Açores, deu oportunidade a Luís Rodrigues, representante da Lotaçor – Serviço de Lotas dos Açores S.A., de partilhar como estão a enfrentar o problema do lixo marinho nas pescas regionais e as soluções implementadas pelos próprios pescadores com o intuito de contribuir para a sua redução.